DESENCANTO

Procissões de abecês

Já nada dizem de mim

Sucumbiram às mercês

Do teu não depois do sim.

Já não espelham a luxúria

Paixões que até me cegaram

Rebeldes filhas da incúria

Dos meus ais se desterraram.

No abandono em que me vejo

Sem qualquer motivação

Mergulhadas num motejo

Despetalando a ilusão.

No rodar deste peão

Na ginga dessa acrasia

Sem qualquer entonação

Na maior apostasia.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 22/03/2012
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