Esfinge
Mistério obscuro do Egito invade-me o sono
Abismo entre mim e o tempo desfaz-se em segundo
Me afogo no profundo Nilo e lento afundo
Soldado eu sou, faraó, ou simples colono.
De repente, acordo...
E escrevo...
Pirâmide invade aresta do papel em branco
Hebreus, Heteus, Jebuseus invadem o flanco
Queimam linhas azuis do caderno inteiro
Meu lápis agora é tumba de Ramsés Terceiro.
A esfinge agora se espanta de minha tola e vã agonia
Decifrar-te não posso oh sonho que segue soturno sem fim
Nem Pitágoras resolve com sua trigonometria
Mistério obtuso que soa, vive e mora em mim!