O CREPÚSCULO DO TEMPO
Sua ausência, eu pinto
Com as sombras do dia
Na parede incolor dos pensamentos
O veludo do meu olhar
Perde-se nas vagas da maré adormecida
Os cabelos grisalhos da tarde não se mexem
As olheiras profundas do crepúsculo
Atraem a tristeza para mais perto de mim
O eixo das horas lentas,
É o meu corpo caído no vazio
Enquanto estratosferas de silencio
Aguardam sobre minha cabeça
Alguma decisão
Como espadas dos deuses
A reluzir,
Há enigmas sem fim em tudo que vejo....
Debaixo do sol quase morto
Gotas de metal salobro
Caem no chão, transbordadas
Dos novos tempos
Enquanto as mãos da eternidade
Empurram as rodas da vida, para onde não sei
Eu noto a paz do mundo
Nas ruas desertas, nos prados calmos
Onde margaridas esquálidas
Dançam ao vento
Na solidão dos caminhos!