O CREPÚSCULO DO TEMPO

Sua ausência, eu pinto

Com as sombras do dia

Na parede incolor dos pensamentos

O veludo do meu olhar

Perde-se nas vagas da maré adormecida

Os cabelos grisalhos da tarde não se mexem

As olheiras profundas do crepúsculo

Atraem a tristeza para mais perto de mim

O eixo das horas lentas,

É o meu corpo caído no vazio

Enquanto estratosferas de silencio

Aguardam sobre minha cabeça

Alguma decisão

Como espadas dos deuses

A reluzir,

Há enigmas sem fim em tudo que vejo....

Debaixo do sol quase morto

Gotas de metal salobro

Caem no chão, transbordadas

Dos novos tempos

Enquanto as mãos da eternidade

Empurram as rodas da vida, para onde não sei

Eu noto a paz do mundo

Nas ruas desertas, nos prados calmos

Onde margaridas esquálidas

Dançam ao vento

Na solidão dos caminhos!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 17/03/2012
Reeditado em 20/02/2024
Código do texto: T3559289
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