Desespero
Estamos sentados à margem
Alguma coisa correndo junto ao sangue
Um sussurrar de arvores mortas
Avançamos ferozes sobre as vidas dos outros
Nem só de ouro e álcool sobrevivem nossos corpos
Somos-nos acima das leis de batalha
Flutuando a esmo sobre as cruzes imóveis
Sobre os filhos sozinhos
Ofuscando os cegos
Já não tememos mais
Somos as legiões
Ausentes de compaixão
Uma fada sem magia chorando no escuro
Somos nos fazendo o oficio das trevas
Nossas escolhas já não importam
Trinta e três dias sob o sol de marte
A lua rebenta seus cristais de sangue
Rondamos em carros nas avenidas desertas
Nossos tiros derrubando os desavisados nos balcões dos bares
Abrimos nossos caminhos a golpes
Não queremos ser entendidos.