DEVANEIO
Num sonho olhei para o céu
As nuvens estavam estranhas
Caía chuva de lágrimas
As estrelas destruídas
Um tempo de portas fechadas,
Natureza morta sem cor.
O dia noite virara,
O mundo girava,
Na esperança do que não chegava,
Sem saber onde entrara,
Em que vale andara...
Orei pelo sol,
Ele passou por mim, mas não me viu
Ouviu-me, mas não me respondeu...
Descalço com os pés frágeis
Devagar fui caminhando
Na busca de enxugar as tristes águas
De uma cor verde encontrar...
Andei caindo, tropeçando
No escuro, com dúvidas,
Sem saber onde pisava...
Deparei-me na beira de um precipício.
Olhando para aquele buraco
Sem fundo, tive vertigens,
Sentei e chorei
Desejando acordar numa
Bela manhã calma,
Na realidade de um universo
Sem defeitos,
De um dia perfeito.