Dualidade que mata

Se te mata essa dualidade

Me assusta tua presença

Sacode meu vestido

E chega pra lá meus medos

Minha respiração se faz ouvir

No sombrio da solidão noturna

Minha rouca voz te assombra no desejo

Nem minha boca tocou a tua

Nem as mãos ainda se tocaram

Imagina o vendaval do momento

Antecipando o encontro único

Insano, louco, temido

Não temos o direito de roubar a cena da noite

Nem tão pouco a beleza do instante seguinte

Não é nossa essa história inventada

Ainda sinto o cheiro da madrugada

Onde atrevida te busquei em sonhos

Entrego-me agora como nunca

Num pensar agonizante como as letras

Que escapam de minhas mãos sem eu querer

Desenhando o fogo que nos faz arder

Nessa solidão sem fim, sem começo...

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 07/03/2012
Reeditado em 08/03/2012
Código do texto: T3541006