O FILÓSOFO CALA-SE
O FILÓSOFO CALA-SE
Ainda ontem possuía nobreza
Fruto de pensamentos sem sentidos
De chofre empalideceu, perdeu a fineza
Desmoronou pelos séculos perdidos
Ruiu como puxado pela gravidade
Apagou-se como manuscrito em grafite
Perdeu a aparência de sustentabilidade
O filósofo calou-se com a rinite
Hoje gagueja dissabor lastimoso
Não mais possui luz espiritual
Arrotava imenso saber primoroso
Apodreceu sua doutrina imortal
É um cadáver vivo e trágico
Murchou sua estirpe nojenta
Era idolatrado... quase mágico
Foi-se na batalha sangrenta
(dezembro/2009)