O Suicida
Correndo através de túnel lamacento
Dentes cerrados da fúria em seu encalço
Os destroços da batalha ficaram para trás
O medo silencioso é agora seu maior carrasco
Monstros saídos de sonhos turvos e espinhosos
Saltando diante de seus olhos,
Distorcendo sua realidade, confundindo seus sentidos
Agora é tarde demais, sem mais refúgio no arrependimento
A larva do desprezo já floresce em ódio
No ventre da humanidade
Incúria com o acaso, distração
Aprisionamento na própria consciência
Um buraco que se abre em sua alma
Veja as chamas do desespero consumirem seu espírito
A tormenta coagulando sangue em seu coração
Sentimentos deixados pelo caminho
Numa infindável tortura da carne
Veja, pobre homem, em quão longínquo horizonte
Consuma-se o fardo de Judas