Limiar do Sono
Flashes riscando o breu
Cena adentrando cena
Será que o autor sou eu?
Pulsação cada vez mais serena
Respiração nem sinto mais
Quero ver, participar...
Deixo tudo pra trás
Tempo, espaço, lugar
Sem dor, fome, responsabilidade
Livre...liberdade
Sem hora, horizonte, gravidade
Ignoro: realidade
Sem limite, medo, ansiedade
Deus...divindade
Sem missão, motivo, utilidade
Busco: saciedade
Liberto do próprio corpo
Guiado apenas pela mente
Quem sabe morto,
Ou apenas dormente
Descanso carnal
Desligamento espiritual
Piloto de uma nave
Sem ter lido o manual
Dormindo, acordado
Sóbrio, drogado
Erguido, deitado
São, alucinado
Sensações presentes
Por mais que latentes
Sem saber onde vai dar
Me ponho a caminhar
Cometas num trilho de trem,
Lindas moças educadas,
Flores? Mais de cem!
Torcida nas arquibancadas
Tapete vermelho asfaltando a via
Luminárias de ouro reluzente
Plantas como cavalaria
Um mundo irreverente
Fantasia pura, surreal
Um sonho quase real
Prazeroso, permissivo
Problemático no final
Trrrriiiiiimmmm
Agrido o despertador
Sete horas, tomar banho...
Rotina do trabalhador