Em qual prisão habita?

Dolorosa é a hora marcada

Pela morte com caneta vermelha

Quando o corpo perde a alma na intenção de telha.

Se encontra preso em uma cela escura,

Sem voz submetida a

Imobilidade na clausura.

Nem os lamentos dos sinos chorosos

É capaz de ouvir em anuncio

Pelas ruas que deixou de existir.

Não sente o carinho da mão pelo rosto

Ou a tristeza que deixa

Ao largar o seu posto.

Na imensa dor que o coração conquista

Me pergunto,me respondo,

Em qual prisão habita?

A alma dorme desmanchada

Nas nuvens, talvez.

O corpo vai à terra empoeirada

Para sustentar a paineira, mais uma vez.

Valéria Leobino
Enviado por Valéria Leobino em 29/02/2012
Código do texto: T3526800
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