Oração à Divina Morte

Por quê? Por que tem que ser assim?

Um verde profundo encobre meu corpo

Uma lama pútrida escorre sobre meus ossos

Um cheiro quente exala das minhas entranhas.

Um suspiro dantes contente e vivo

Vê-se transformado na angústia dispersa

De um corvo faminto e fugaz

Seus bicos são navalhas ávidas por sangue.

Um aroma delicioso para os decompositores

Um gosto irresistível aos vermes eternos

Alimento saudável a estes seres desgraçados

que comem e se deliciam com a sua carne.

Meu túmulo tão simples e feio...

O verde que o recobre é extenso demais

Não há vida para alegrar a minha alma

E nem sangue para alimentar meu corpo.

Aqui jaz um ser insignificante

que morreu e ninguém percebeu...até que...

Perturbasse o meu sonho!

Sua alma vagueia sobre as terras

Pedindo descanso, ansiando misericórdia.

O Porquê eu não sei...

Mas sinto que logo vou saber...

Não importa mais nada...

Sou o que como e esta carne alimentará

muitos seres desalmados.

Amém.

Quimera
Enviado por Quimera em 28/02/2012
Reeditado em 28/02/2012
Código do texto: T3525817
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