ALEGORIA DA SERPENTE
Levantei o véu...
Em silêncio, na tarde que caía
Tua figura sinuosa ali jazia
A olhar-me fixo, contra o céu...
Serpente bela, que me dizes?
Da vida sou um mero ser vivente,
Com alma de mulher e adolescente
Dentre os teus ardorosos aprendizes...
Tua sabedoria pra mim é um tabu.
Diz-me coisas não sonhadas!
Mandas que permaneça acordada
Enquanto a vida desliza como tu.
Serpente bela, na vida não tenho amores...
Como tu, silencio na alvorada,
E me escondo na noite enluarada
Entre os teus meneios sedutores!
Deslizas solitária entre meus sonhos,
Dizes da solidão e do abandono,
E meu coração que está sem dono
Para ti, em teu regaço eu ponho!
Teu mistério povoa a minha vida.
Teu segredo me faz admirar
A beleza de teu doce deslizar
Da figura marchetada e tão querida!
Sibila... Sibila.... Diz-me porque sonho
Em ser sedutora como és? !
Queda-te em silêncio aos meus pés
E no meu, o teu corpo ponho!
Levantei o véu....
Ela se foi devagarzinho...
Abandonou o calor do meu ninho
E sumiu na noite pelo céu!........
RACHEL