Vida de lua

O poeta viu a lua.

Fingia estar cheia de si,

Não era a velha nova;

Talvez um pouco minguada;

Saudade dos namorados.

Não estava nem no céu,

No fundo de uma poça

lamacenta no meio da rua.

Refratada, era crescente;

Mas, esquecida, carente

E, ainda por cima,

Uma núvem descuidada

Apaga o pouco que lhe resta de luz;

Como se não bastasse,

Reiluminada, querendo ser feliz;

Um cachorrinho vem e: tic, tic, tic...

Lhe arrebenta em mil pedaços.

Ah, Vida de lua; sozinha... nua...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 18/02/2012
Reeditado em 14/05/2012
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