Vida de lua
O poeta viu a lua.
Fingia estar cheia de si,
Não era a velha nova;
Talvez um pouco minguada;
Saudade dos namorados.
Não estava nem no céu,
No fundo de uma poça
lamacenta no meio da rua.
Refratada, era crescente;
Mas, esquecida, carente
E, ainda por cima,
Uma núvem descuidada
Apaga o pouco que lhe resta de luz;
Como se não bastasse,
Reiluminada, querendo ser feliz;
Um cachorrinho vem e: tic, tic, tic...
Lhe arrebenta em mil pedaços.
Ah, Vida de lua; sozinha... nua...