JANELAS NAS TARDES
O que se passa detrás das janelas
Nesta tarde de olhares ausentes,
O que fazem nas alcovas, donzelas,
Com seus indomáveis corpos carentes?
Se com seu amado faz-se despida
E se com desejos dá-se perdida...
Se ao telefone fala distraída
Com uma paixão jamais resolvida?
As tardes se vão demais demoradas
Pendurando perguntas nas cortinas
Das janelas que se fecham caladas
E cegas se fazem além das esquinas.
Tardes de chuva – perguntas fugazes,
Além das janelas varam pensares
Querendo obter respostas loquazes,
Mas as paredes só falam vagares.