Sangue
A temperatura parecia subir
E à medida que o cheiro doce exalava
Mais sentia o calor percorrer meu corpo
Um líquido quente escorria.
Era vermelho, vivo, fogo!
Uma mistura de hemácias doidas
que procuram a saída,
e não sossegam, pulam, gritam...
Olho para cima e vejo apenas escuridão
Tudo parece alheio
Nada me toca mais do que meu sangue...
Minha vida se esvaindo...
Gota por gota...
Sinto agora um frio doente tomando conta
E o líquido sossegado se extingue
Pede um coágulo, mas o destino se completa!
O mar vermelho abre passagem,
estou andando através dessas ondas de sangue
O tempo é curto, o caminho é longo...
Não! Ele se fecha, me engolindo com suas línguas!
O calor é infernal!
Ao menos posso me contentar com sangue
em abundância...
Alimento para a vida eterna de tormentos!