FINDA MUNDO, FIM DA POESIA
Se o mundo terminasse hoje
Pareceria que as ideias fogem
E os arautos seriam autos
Das mais puras besteiras.
Ninguém saberia buscar sua essência
Folheando páginas de revistas,
Procurando pistas que explicasse a insanidade...
Que tal vossa majestade saborear feijão com arroz?
- ninguém se opôs, mas prefiro camarão!
Muito macarrão de letrinhas feito de farinha
Escreveriam vossos testamentos
E em cada momento
Em que a fila movimenta
Outras ideias sustentam aquele ranger de dentes.
Mas aquelas serpentes já não pisoteadas
Parecem paradas,
Não rastejam procurando pés,
Posto que ao revés
Foram-se, as convivas, acotoveladas.
Deixam de soar os sinos
E o suor esparrama nas costas.
O que as verdades mostram
É que são todas verdades
E, pra mais barbaridades,
Já não existe mentira,
Já que toda aquela ira
Agora é julgamento.
Culminando este tormento
Todos os poetas enlouquecem,
Visto que sempre envelhecem
De dor no coração.
E agora já mais não
Porque é de tudo o fim
Enquanto os anjos serafins
Deixam-nos birutas
Tomando os cânticos em disputa,
Aliviando os lamentos,
Tirando o sustento
Daqueles que antes tinham esta batuta.