DEUSA DA NOITE

Tragam-me as chaves da noite

Quero os céus abertos – todos

Soltem os deuses de sua corte

Encerrem os louvores do povo

Movam os tronos de lugares

Porei novos alteres em cada um

Trocarei os jejuns por manjares

Desses de bares comuns

Sirvam-nos de rum e charutos

Refuto as pitadas da razão

Não me atenho ao que escuto

Desfruto da minha visão

E se for perdição não é pecado

Os deuses do meu lado estão

Depois voltarão galhardeados

E de chaves não precisarão

Ivone Alves Sol