OVERDOSE DE VERSOS

Conheci um sonho viciado em versos

Como letras trêmulas que vagam sempre

Perdidas entre tempos e universos

Incrivelmente dispersos no ardor da alma

Sim, era um sonho viciado em versos

Tóxicos, líricos, alegres, tristes

Quaisquer poemas em amor dispersos

Quaisquer dilemas que na vida existem

E, assim, o sonho, sem tratamento

Adquiriu dependência de versos sãos

Versos de luz, de cruz, de alento

Versos profundos e nem sempre vãos

E, no fim, o sonho que nunca fora forte

Transformou-se em pesadelo, apenas,

Como réquiens de versos entre o sul e o norte

Como auroras perdidas entre vis dilemas.

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