PIMENTA MALAGUETA

Que falem sempre de mim, de inércia morre o boato

Que não fere o meu recato, só descobre a fofoqueira

O rato atiçou o gato, mas fugiu da ratoeira

Por calúnia não me mato, não me agito ou dou bandeira.

Impassível como a pedra, aguento o corte da foice

A trama da macumbeira, o ódio das infelizes

Invejas, males, quebrantos, ameaças e deslizes

Diz-que-dizes das comadres, que como mulas dão coices.

Não me amofina a tramoia, tudo rui frente ao meu jeito

Tenho até pena das bobas que se prendem por bobeira

Que perdem tempo da vida querendo me dar rasteira...

Minha altura aqui se mede por meu ser pequeno e afeito

Ao que é simples e sereno sempre escudada de tudo

Nessa paz que me aquieta pois com a fama não me iludo.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 21/01/2012
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3453247