No quintal da rosa tem uma rosa cor de rosa
Tem um quintal em separado, para rosas vermelhas.
E outro para sentimentos das rosas sem cor
Todas em comum uma rima que não faço.
Prefiro a prece que faço de joelhos ao amor
Sou insidioso e desprezível
Tenho mãos de martelo
E boca de murmúrios
Nutro-me das rosas e prefiro seus espinhos
No meu peito a mesma cruz do calvário
Nosso senhor me marcou
Deu-me espadas e capas
E um coração de rosas
E duas mãos de espinhos
Uma cabeça de ninho
E pensamentos pássaros que transitam
Nos quatros ventos
Despejando de seus ventres
Excrementos lúdicos
Que serventia não tem
Senão estrumar as terras áridas
Onde os pés chutam minhocas
E as mãos trincham as terras para as rosas do futuro.