Morreu de uma morte natural!
Morte de marujo velho
Pedaço a pedaço, dia a dia.

Morreu num dia normal,
Sem ventos no litoral,
Morreu em silencio,
Quando todos dormiam,
O sono, do justo acento dos comuns.

Deixou para a posteridade
Uma família e algumas lagrimas.
Saudades?
Marujo é feito de sal e saudades!


Pergunto eu; ao vivido morto que ainda esta:
Como farás tu, para tirar de tuas entranhas,
A raiz das tuas façanhas de vivo,

Sentirás dó de mim, ao ver que fico sem saber,
Teu ultimo pensamento? Tua ultima infidelidade?
Tua ultima novelaria?

O que fará tu, para arrancar da praia as lembranças
Da tua canoa e das tuas três malhos
Em qual caminho de areias, tu te sentarás?

Aguardando os velhos portugueses..
Aguardando, aguardando, aguardando....
Que o vento passe;
E o mar se faça, sem ondas nesta nova viagem.
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Homenagem a um homem duro e solitário. Marujo que nos últimos dias de sua vida terrena, não mais pode ver o mar e dele somente recebia noticias.

Meu tio! Que siga por águas calmas

Olimpio de Roseh
Enviado por Olimpio de Roseh em 10/01/2012
Reeditado em 15/01/2012
Código do texto: T3432975
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