RÉPTIL
Estrelinhas entre linhas;
Que pulsam qual canção...
E embora pequenininhas;
São notas de solidão...
No dia que se faz tarde;
Vejo da chuva a cerração...
Que chega sem alarde;
Dissolvendo meu coração...
Misturam-se notas e rimas;
Em gotas d'água caindo...
E qual será então a sina;
D'alma que seguia sorrindo?
Fez-se noite tão de repente;
Neste solo outrora fértil;
Como que se uma serpente;
Tão detestável réptil...
Conspurcasse minha morada!
Sem ter sido sequer convidada...
Mas sei que com sonhos candentes;
Esta víbora será retalhada...
Joyce Sameitat
São Paulo, 05 de Janeiro de 2012