Lenda
Não quero morrer
Como morrem os mortais.
Câncer.
Infarto.
Aneurisma.
Aneroxia.
Tantas doenças mais.
Quero fartar-me de ambrosia.
Sou anjo encarnado.
Apenas o corpo é mortal
_casulo que me prende.
A essência é imortal.
Quero ir para os braços
Da dama de roxo
Com dignidade
Daqueles que são para sempre.
-quero gozar espumantes.
Quero morrer voando,
Atirando-me dentro de um vulcão
_complexo de Vulcano.
Enquanto a carne cozinhar em larva
O ser vai indo para o etéreo.
Quero não o túmulo
(basta este que já me contém)
E nem tabuleta:
“Aqui jaz para sempre”.
E sim a lenda:
desfez-se da matéria
e, etéreo, se transformou
em contenda
entre deuses
que os uses.
L.L. Bcena, 20/07/2000
POEMA 684 – CADERNO DOS ANJOS.