Lenda

Não quero morrer

Como morrem os mortais.

Câncer.

Infarto.

Aneurisma.

Aneroxia.

Tantas doenças mais.

Quero fartar-me de ambrosia.

Sou anjo encarnado.

Apenas o corpo é mortal

_casulo que me prende.

A essência é imortal.

Quero ir para os braços

Da dama de roxo

Com dignidade

Daqueles que são para sempre.

-quero gozar espumantes.

Quero morrer voando,

Atirando-me dentro de um vulcão

_complexo de Vulcano.

Enquanto a carne cozinhar em larva

O ser vai indo para o etéreo.

Quero não o túmulo

(basta este que já me contém)

E nem tabuleta:

“Aqui jaz para sempre”.

E sim a lenda:

desfez-se da matéria

e, etéreo, se transformou

em contenda

entre deuses

que os uses.

L.L. Bcena, 20/07/2000

POEMA 684 – CADERNO DOS ANJOS.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 03/01/2012
Reeditado em 05/01/2012
Código do texto: T3419957
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