A Folha
A Folha
O Vento Carregou uma folha,
A Folha bateu em uma janela;
A Janela se abriu,
Mas quem abriu a janela não foi a folha,
Foi o vento.
Como o turbilhão de um rio imenso.
Como grande destruição,
Provocada pela fúria do vento.
Caminha a humanidade.
Sem saber das contradições
Entre pequenas personalidades.
Que acreditam que suas pequenas diferenciações,
As tornam as mais belas individualidades.
Ser mais que seu umbigo,
Perceber as forças que regem o mundo.
Recusar as falsas ideias
E os falsos abrigos.
Eis o que faz os grandes espíritos.
Enquanto a massa gritou:
_ Ele será o dono do Mundo!
_ É um gênio soberbo!
O Almirante Nelson exclamou:
_ O diabo tem a sorte do diabo!
A pergunta incorreta:
_ Aquela simples folha foi capaz de abrir a janela?
A pergunta correta:
_ Por que entre tantas folhas, o vento carregou apenas aquela?
Divino Carvalho
Este poema foi escrito em 1999, para o concurso literário da Biblioteca de Santana de Parnaíba. Encontrei estes dias e resolvi publicar.