Olhando as pedras

Olhando as pedras do meu caminho

Sequer eu sei, como contornar

Encostas íngremes, ermos e espinhos

Devo seguir, não posso parar.

Se vou transpô-las, não avalio

Sei que parada é de lascar

Sem vislumbrar, de pronto, um desvio

Nada me alenta, sigo a sonhar.

Não eu não sei, onde vai dar

Meu ir avante, obstinado

Ingênuo, incauto, desesperado.

Mas se eu desisto, fim do penar

Sobra-me apenas, tudo truncado

Entre essas pedras, sou encerrado.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 28/12/2011
Reeditado em 19/05/2014
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