O Chamado do Pesadelo
Estou sozinho
Apenas a noite acompanha-me
Por anos assim tem sido
Tentando vender minha alma em meus sonhos
Por anos assim tem sido
A cada dia sentindo mais e mais
A fria mão do Eterno Guardião
Nascido no primeiro abraço da luz,
Seu encontro é inevitável
Seu cajado é infalível
Seu desfecho, fatídico!
Ergo-me intangível
Num plano astral distante da realidade
Despido da vida, desprovido de sangue!
Gritos inaudíveis escapam-me, sufocando-me...
E tocam-se os sinos nas catedrais de minha mente
Irrompendo tormentos na impiedosa, infinita noite
Acordando deuses famintos de minha fé
Eles aprisionaram-me neste templo de ilusões
E deram-me um reino de mórbidas fantasias
Meus olhos vêem-me ir...
Minha força esmaga apenas o vazio
O frio e a solidão aguardando-me
No abismo sempre a um passo de mim
Agora posso ver...
Como é fácil ver...
Como um profeta do desastre
Como o desespero, que revela a cegueira da vaidade.
[Isaque – 18-8-2006]