ALVORADAS DE BOTÓX

A impávida beleza na tez nua

Não amarelece ao sabor do vento

Botóx cultivados em carne crua

Atenua as pregas do tempo.

Por incontáveis janeiros tu clamas

Descortinar floradas de mimo-de-vênus

Despertar feitiços nos lençóis das camas

Entorpecer no suor de braços morenos.

Os dias passarão (os janeiros serão eternos)

A formosura não se curvará no apogeu do dezembro

O perfil arcaico digladiará com os tempos modernos

Haverá vencedores (dos vencidos não me lembro).

A fecunda ciência oferta irretocável perfeição

Descortina inimagináveis e dadivosos horizontes

-Eternidade, mocidade, felicidade, virtuosismo e tesão-

Um porvir de Afrodite copulando sabres flamejantes.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 14/07/2005
Código do texto: T34070