Boneco de cera.
Penso na dor,
penso no sentimento que me tange,
penso nos meus dedos que pressionam o meu teclado,
como seria se eu não pensasse minha dor,
se não pensasse no sentimento que ora me atinge,
se não pudesse escrever meus pensamentos, tê-los digitado?
Seria um tolo, ou só um boneco de cera,
se não cantasse aos ares aquilo que sinto
ou se não tivesse uma alma inteira,
só vísceras que percorrem meu corpo num idílio?
Idílio este que há muito tempo deixei de sentir,
nem ao menos me importo de fingir
que não os tenho há bastante tempo
ou que tampouco não os intento.
Sou um boneco de cera?
Sou um homúnculo alquímico?
Se hoje me porto como tíbio
é porque sou vivo, mesmo quando digo asneira.