Lobos Feridos
Eu sou uma tela em branco
Para suas garras detidas.
Entre as frases de meus prantos
Enquanto seus olhos sorriem.
Ainda carregava o seu brilho
caminhando sobre a neve.
A gota salgada destilava
cristais entre passos desolados.
Entoava ao som desperto,
não bastava apenas sabe-lo.
Não, é estar ou dizer.
Importar a vontade aos ventos
e de todos os elementos,
ou jamais esquecer.
A neve ainda cai
E zéfiro sopra ainda mais frio.
Frio por dentro
Instintos manifestos
De luares refletidos
Em todos os gestos.
Seus lábios feridos,
E a minha fome perplexa
Traspassa paredes e frestas,
Invade corpo indomada alma.
Lobo de meu verso
Clamo seu nome... e confesso.
Não sacio, te respiro,
Compasso meu pulso em ti,
Beijo a palma, feito flor.