Vero




Chegou, bateu à porta.
Entrou, sorriu...
Queria um pouco de café.
E só havia um simples, saído do fogão!

Provou e perguntou:
- Como está seu coração?
As complicações, nem considerou.
Alegou que ficaria bem ali.

Sem jeito, apelei...
- Vamos prosear?
Caminhar na orla e assuntos banais...?
Ele dizia coisas bonitas me fazendo acanhar.

Um desejo leva a outro!
Desejei que fosse vero, como um autor;
Talvez, aceitasse ser um livro de bolso
Indo comigo aonde eu fosse!

Negou. Disse que assim não seria natural...
Apontou as árvores altas, o mar e soltou:
- Não se mantém harmonia
Com olhos presos no passado.


Assim são todos os astros e estrelas,
Sempre ficam sozinhos e isolados...
Na espera da chegada de novo tempo.
Ele não era vero mesmo...

Da ilusão, era apenas o dia nascendo na janela...
Para sermos um breve conto precisamos andar juntos,
Porque toda árvore é a conquista da semente, isto é que é!
Mas, ele só quis o café...

De Magela e Carmem Teresa Elias

(O que é verdade em assuntos banais?
- A ilusão de sermos breves andando juntos).

Vero - verdadeiro
DE MAGELA POESIAS AO ACASO e Carmem Teresa Elias
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 09/12/2011
Código do texto: T3380360
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