DELÍRIO ÍNTIMO...
Creio na possibilidade do impossível
Onde o sonho ainda não sonhado germina
Por onde o início do caminhar termina
E a seriedade torna-se então risível
Creio na melodia rítmica do silêncio
Na arquitetura fortuita do nada
Onde andarilho ermitão faz morada
E o estéril desistir entra no período do cio
Creio na vida que envolve as paragens desérticas
Nos fluviais rios por onde nunca houve água
Na nudez da velhice vestida de antropofágica anágua
E na antítese das elaboradas e imbecis estéticas
Creio no poder da inconsistente candura
E no poder do ressentido e urdido tremor
No vazio de patético e insalubre temor
E na esperança vigorosa mesmo sem lisura
Creio no amanhã do ontem perdido na imensidão
E na alegria solta em uma lagrima de tristeza
Creio na imaturidade dessa pontual natureza
E no companheirismo de minha íntima solidão