MOLEQUE DO MORRO
Ele viu a escola desfilar/
Com sapateados de rachar/
Viu tanto luxo e riqueza /
Imaginou que sobre a mesa/
A comida ia sobrar. /
Ele viu que as mulatas/
Construíram samba enredo /
Que falava de comida/
E pensou que toda vida /
A fome não ia chegar/
Aconteceu que a fome /
Que não curte carnaval/
Escolhia todo ano /
Para ouvir desfilar/
Pelas ruas, ou avenidas /
Ela vem despercebidas/
Nem avisa sua chegada /
E os moleques lá do morro/
Ainda entram no couro /
Se quiser se alimentar/
Ai meu deus que agonia/
Carnaval só quatro dias/
Tanto luxo e magia/
E não tenho o que comer./