Dunas e desertos
Nas dunas e desertos da minha existência
No árido terreno do tudo que temo
Deixo rastros de dor e incerteza
Ventos varrem-me a paz
A dor se satisfaz...
A solidão se funde
A vida se confunde com um certo morrer de mim
Estou sempre vivendo um fim, para recomeçar?
Em meus novos eus,na dor dos erros teus,vida...
Quero-te refeita ainda que rarefeita.
Sei que no momento sou reles mortal
Quero ser do mar da vida o Sal
Quando tudo que sou
É nada.Mas mesmo que pó
Insisto, apego-me.
Quisera eu ter toda resignação
Desprendimento,desapego
Mas se não os possuo
Será que por amar tanto à vida?
Quem sabe à poesia de cada amanhecer...
Seja lá como for,
Seja lá para onde for
Em alegria ou dor
Que a vida me leve
E eu possa observar as dunas e desertos
As passagens e miragens
E que eu lembre e relembre
Os portos e caminhos
Direitos ou tortos que percorri
Os passantes e instantes da felicidade ilusória que viverei,antes do fim.