Fé conclusiva

Um resumo não ouso, do ido e vivido

O meu medo eu confesso, é o que reste do havido

Nunca passo a peneira vou negando o bolor

Mesmo chepa de feira, deixo ao largo e não ligo.

Sigo em frente e acredito que a vida é mui justa

Se perfeita, na certa por si se ajusta

Bem ou males havidos no seu peso e medida.

Perco tempo se rezo cada ato já ido

Se não sei do amanhã, se o depois no impreciso

Possa ser algum trunfo, ou reação em cadeia

Vou centrada no agora e envolvida na lida

Cem por cento de mim colocado na ativa

Cada grão da espiga recolhido ao debulho

Na certeza do agora, minha fé conclusiva.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 19/11/2011
Reeditado em 14/03/2014
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