Para onde vão os pedaços da Alma?
para onde vão os pedaços tristes
moribundos no adeus da vida?
para o museu das magoas ou no museu da desgraça?
para onde vão os pedaços alienados?
para o museu da escravatura ou no museu das lembranças?
para onde vão as palavras de amor
quando elas morrem na incredulidade?
para o museu das letras ou no museu da poesia?
para onde vão as palavras que nunca deveriam existir
para o museu do esquecimento ou no museu da ignorância?
para onde vão os amores que outrora
as promessas do amanhã pareciam imortais?
para o museu dos realizadores ou no museu do perdão?
para onde vão então as promessas de amor?
para o museu dos sonhos ou no museu do futuro?
para onde vão as almas quando sedentas na solidão?
para o museu das sombras ou dos pesadelos?
para onde vão as almas cansadas pelas lutas da vida?
para o museu dos imortais ou no museu da esperança?
para onde vão então os sonhos desfeitos e deformados
pelas areias movediças tempestuosas que a vida acarreta?
para onde vão os sonhos suicidas pelo contexto?
para o museu dos encurralados ou no museu dos que nunca deveriam sonhar ou mesmo no museu dos impotentes sonhadores?
para onde vão então os pedaços da alma?
para o museu das promessas ou no museu da esperança
para onde vão então os pedaços da alma?