Preferência... à morbidez

prefiro a correria da Vida

à tranqüilidade do caixão

prefiro o cinza do inverno

ao roxo do ataúde

prefiro o meu perfume ‘AZZAROT’

ao cheiro das flores de finados

prefiro o pesadelo de meu sono

(sei que despertarei sendo beijado pela Vida)

aos sonhos de quem está entregue à Morfina

(Morfeu, deus silencioso demais e parente da Morte)

prefiro o vermelho da paixão traída

ao negrume da certeza de um túmulo

prefiro o incômodo da mola em meu colchão

à ortopedia das tábuas lisas que se assentam no chão do cemitério

prefiro a lã que me dá alergia

ao cetim lilá da coroa fúnebre de cravos amarelos

prefiro o ar fétido do esgoto

ao ar comprimido da sepultura

prefiro o trapo que me veste

ao terno preto de defunto

prefiro as incertezas do viver

à segurança da imobilidade mortal

prefiro a luta diária

à Paz que se tem no “Aqui Jaz”

prefiro o drama do conviver

à comédia da Missa do Corpo Presente

antes a Vida que a Morte!

antes a Lida que a Sorte!

Nesta guerra travada, sou FORTE!

L.L. Bcena, 26/06/2000

POEMA 553 – CADERNO: GUERRA DOS MUNDOS.

Nardo Leo Lisbôa
Enviado por Nardo Leo Lisbôa em 14/11/2011
Código do texto: T3335134
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