Preferência... à morbidez
prefiro a correria da Vida
à tranqüilidade do caixão
prefiro o cinza do inverno
ao roxo do ataúde
prefiro o meu perfume ‘AZZAROT’
ao cheiro das flores de finados
prefiro o pesadelo de meu sono
(sei que despertarei sendo beijado pela Vida)
aos sonhos de quem está entregue à Morfina
(Morfeu, deus silencioso demais e parente da Morte)
prefiro o vermelho da paixão traída
ao negrume da certeza de um túmulo
prefiro o incômodo da mola em meu colchão
à ortopedia das tábuas lisas que se assentam no chão do cemitério
prefiro a lã que me dá alergia
ao cetim lilá da coroa fúnebre de cravos amarelos
prefiro o ar fétido do esgoto
ao ar comprimido da sepultura
prefiro o trapo que me veste
ao terno preto de defunto
prefiro as incertezas do viver
à segurança da imobilidade mortal
prefiro a luta diária
à Paz que se tem no “Aqui Jaz”
prefiro o drama do conviver
à comédia da Missa do Corpo Presente
antes a Vida que a Morte!
antes a Lida que a Sorte!
Nesta guerra travada, sou FORTE!
L.L. Bcena, 26/06/2000
POEMA 553 – CADERNO: GUERRA DOS MUNDOS.