MANHÃ REBELDE

Procuro um algo que ainda não sei

por entre esta manhã que ainda não vi

por entre um frio que neblina faces,

chamusca lábios,

arde esperanças...

A manhã se rebela contra a existência:

manhã soturna,

noturna,

que ainda se esconde,

por detrás dos montes.

Manhã que teima em não acordar.

Do sol não há vestígios.

Como também não se vê o clarão

desta louca obsessão,

desejo de existir.

Procuro razão

e no ir e vir da manhã sem sol

improviso um canto

à beira-monte.

E o vento uivando

por entre pedras e árvores

faz chacoalhar o mundo

de uma melodia triste

enquanto assentado sobre o feno

dou um grito profundo

com o dedo em riste

a sonhar com um dia ameno.

Jess
Enviado por Jess em 31/12/2006
Código do texto: T332810