"Vampiro."

Hoje estou morrendo

Vítima de um vampiro

Que me suga incansavelmente

Exaurindo o que resta de minhas forças.

Mas não foi sempre assim,

Quando do meu primeiro contato,

Parecia uma avezinha ferida e frágil.

Levei-a para casa dei-lhe conforto e carinho.

Ela me retribuiu com calor meigo,

A princípio meigo, depois, loucura total,

Fêmea e macho tentando se superar,

Nesta ferrenha batalha, eu perdi.

Fiquei como viciado em ópio,

Que ao se reanimar volta a procurar

A droga com a qual se inebria.

Os dias passaram.

Quando viu que eu não poderia viver sem ela,

Relegou-me ao esquecimento.

Como escravo, aguardo um gesto seu, um aceno

Para prostrar-e aos seus pés em adoração.

Ela entrou em mim

Como uma árvore.

Transpassou com suas raízes

O meu coração.

Sinto que morrerei breve.

Quando estou só, monto estratégias.

Para que siga seu caminho, me deixando em paz.

Mas se aproximar náufrago em seus carinhos.

Sou o pássaro ferido, ela é a cobra

Que me atrai com o hipnotismo de seus olhos.

Sigo desesperado querendo me livrar, não posso.

Quero chegar ao fim, me abraço, sugo seus lábios extasiado.

Como é bom morrer por ti.

OripêMachado.

Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 09/11/2011
Reeditado em 13/11/2011
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