"Vampiro."
Hoje estou morrendo
Vítima de um vampiro
Que me suga incansavelmente
Exaurindo o que resta de minhas forças.
Mas não foi sempre assim,
Quando do meu primeiro contato,
Parecia uma avezinha ferida e frágil.
Levei-a para casa dei-lhe conforto e carinho.
Ela me retribuiu com calor meigo,
A princípio meigo, depois, loucura total,
Fêmea e macho tentando se superar,
Nesta ferrenha batalha, eu perdi.
Fiquei como viciado em ópio,
Que ao se reanimar volta a procurar
A droga com a qual se inebria.
Os dias passaram.
Quando viu que eu não poderia viver sem ela,
Relegou-me ao esquecimento.
Como escravo, aguardo um gesto seu, um aceno
Para prostrar-e aos seus pés em adoração.
Ela entrou em mim
Como uma árvore.
Transpassou com suas raízes
O meu coração.
Sinto que morrerei breve.
Quando estou só, monto estratégias.
Para que siga seu caminho, me deixando em paz.
Mas se aproximar náufrago em seus carinhos.
Sou o pássaro ferido, ela é a cobra
Que me atrai com o hipnotismo de seus olhos.
Sigo desesperado querendo me livrar, não posso.
Quero chegar ao fim, me abraço, sugo seus lábios extasiado.
Como é bom morrer por ti.
OripêMachado.