SONHO... TALVEZ

Era outono de 2010…

Estava eu debruçada em uma das janelas da linda Lisboa.

Passou a brisa e arrastou-me os cabelos…

Desalinhou pensamentos distantes…

E arrastou-me para o bosque ao pé da minha janela.

Sim… havia lá uma árvore de braços abertos e maternos…

Abraçou-me com ternura e cantou melodias ao meu ouvido.

Melodias ternas com barulhinhos de chuva e canto de passarinhos.

Balançou-me… tal as borboletas balançam galhos finos ao pousarem.

Acalmei. Quem dera poder ficar. Não mais retornar.

Creio ter adormecido.

Ou acordado… não sei.

O que sei… é que estava eu de volta à minha janela.

De novo debruçada… a contemplar a noite já aquecida.

E vi a Lua… que terminava de perfumar com seu hálito fresco…

Um vestidinho de cambraia de linho branco de minha infância.

Levantou-se de seu trono majestoso… Linda… Terna…

Aproximou-se.

Deitou-me em minha cama… E deitou-se.

E velou-me. Aconchegou-me.

E vestiu-me o vestidinho de linho branco…

Com cheiro e jeito de mãe.

Com cheiro de sonho bom.

Karla Mello

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 28/10/2011
Reeditado em 28/10/2011
Código do texto: T3302325
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.