O alvoroço

Nos braços de Hécate vi-me narcotizado;

em pleno estado cônscio senti-me entorpecido;

embebido em remanso, remotos foram os brados

que soavam ao longe como pífios ruídos.

Ouço a doce harpa a soar como formosas sereias,

porém nada me extrai do gozo incessante,

nem a mais alva ninfa me estonteia...

Vejo-me preso à teia do decesso doravante,

ao qual me aderi sem estigmas de hesitação;

libei Eros em sua essência, tateei Afrodite aos delírios.

No clímax do enlevo, perdi totais sentidos;

Foi-se a ebriedade, vi minha torpe destruição.

Ao abrir os olhos, afundei-me em prantos doridos, era apenas um caixão...

Duda Checa
Enviado por Duda Checa em 24/10/2011
Reeditado em 25/11/2011
Código do texto: T3294715
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