Último desejo
Quero que quando eu morrer
Meu corpo, mandem cremar
Nem precisam me benzer
Joguem meus cacos no ar.
Num dia de ventania
Atentem essa intenção
Como pó de poesia
Quero ganhar o mundão.
Espalhar-me pelo chão
Dividir-me em alegria
Renascer, um dia, então
Com mil faces de magia.
Estar em todo lugar
Numa abelha, numa flor
Nunca mais abandonar
O mundo que me gerou.
Gostosa transmutação
Fosse enfim, realidade
Feliz eu seria e quão
Prazeirosa a saciedade.