Último desejo

Quero que quando eu morrer

Meu corpo, mandem cremar

Nem precisam me benzer

Joguem meus cacos no ar.

Num dia de ventania

Atentem essa intenção

Como pó de poesia

Quero ganhar o mundão.

Espalhar-me pelo chão

Dividir-me em alegria

Renascer, um dia, então

Com mil faces de magia.

Estar em todo lugar

Numa abelha, numa flor

Nunca mais abandonar

O mundo que me gerou.

Gostosa transmutação

Fosse enfim, realidade

Feliz eu seria e quão

Prazeirosa a saciedade.

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 20/10/2011
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