ESPELHO D'ÁGUA
E vejo no espelho d’água,
certeiro o que me irrita tanto
quanto a minha face manifesta:
um rosto de desalento,
atravessado pelo tempo,
com as rugas da decepção.
O mesmo espelho que
mostra a beleza inventada,
que minha outra face oferece
em festas, reuniões e folias,
copiando expressões
de beleza e alegria.
Os espelhos podem mostrar
o que não queremos que apareça...
e tudo o que dos outros
seja copiado.
Rostos sem traços, sem donos
sem um simples sorriso da vida...
só a gritar o que alarmam os disfarces,
espelham tão somente, a vida diluida.
Vitoria Moura 24/03/2011
Ma Vie