Morrer em poema
Eu vou pegar um lápis, uma folha e vou começar a escrever.
Quero escrever até criar calos em meus dedos ,até sangrá-los, até me faltar tinta e papel.
Escrever na pele, nos comôdos, paredes...
escrever em minh'alma, escrever no ar.
Me entregar à insônia,insanidez, insensatez, relutar com o sono.
Quero me sentir prisioneira dos meus sentimentos até que todos saiam como fogo dos meus dedos.
Vou dissipar a vontade de querer sentir o conforto da minha cama...
Hoje vou eternizar o que sinto em uma mobília dura e fria.
Vou passar horas tentando me despir...
despir o que eu quero, o que sinto.
Hoje o pudor não existirá, vou pensar em tudo, vou ver o real que há em meus olhos...
Eu vou rasgar o tempo, e escrever em cima dele versos de sonhar.
Vou suar, murmurar, chorar, praguejar e violar os sentidos...
Vou atingir o ápice do grito mental, quando sentir cinzas saindo de meus dedos, e, por fim matar-me em versos...
Hoje eu quero morrer poeta!