Morrer em poema

Eu vou pegar um lápis, uma folha e vou começar a escrever.

Quero escrever até criar calos em meus dedos ,até sangrá-los, até me faltar tinta e papel.

Escrever na pele, nos comôdos, paredes...

escrever em minh'alma, escrever no ar.

Me entregar à insônia,insanidez, insensatez, relutar com o sono.

Quero me sentir prisioneira dos meus sentimentos até que todos saiam como fogo dos meus dedos.

Vou dissipar a vontade de querer sentir o conforto da minha cama...

Hoje vou eternizar o que sinto em uma mobília dura e fria.

Vou passar horas tentando me despir...

despir o que eu quero, o que sinto.

Hoje o pudor não existirá, vou pensar em tudo, vou ver o real que há em meus olhos...

Eu vou rasgar o tempo, e escrever em cima dele versos de sonhar.

Vou suar, murmurar, chorar, praguejar e violar os sentidos...

Vou atingir o ápice do grito mental, quando sentir cinzas saindo de meus dedos, e, por fim matar-me em versos...

Hoje eu quero morrer poeta!

Drussilla
Enviado por Drussilla em 17/10/2011
Reeditado em 17/10/2011
Código do texto: T3281212