UMA CARTA NÃO ESCRITA

Não quebremos o encanto

Deixemos o romance no astral

A aliança

O elo o paralelo

São rótulos como branca é a cor

A estrela é azul o sol amarelo...

Quando se tem luz não existe a cor

Mais a gama de todo o esplendor do criador

Sumarizadas e somatizadas vidas

Vidas em matizes divididas

Jamais somadas

Vidas isoladas amalgamadas

Tão longe tão mais perto do que preciso...

És um pássaro sem gaiola que solto das mãos

És estrela que brilha ferida na minha constelação

O que fazer se a ampulheta das quimeras

Negou-me as areias do tempo?

Tua maviosidade me fascina

Seu jeitinho de menina me inclina

Faz-me cavalgar sem rédeas

Como um centauro, sagitário que sou

Livre como as crinas balouçando ao vento...

Não deixemos que nada interfira no desenvolvimento da crisálida

Nada que fira as nuances da almofada da seda latente

Para que o processo da falena tenha êxito e possa livre voar

Nas rodas do mundo que gira sem parar...

Nossa relação é como vento e água

Independentemente da estação

Voa o coração sem domínios

Sem redemoinhos como moinhos

É terra liberta é porta aberta

Não tem hora certa nem pra sair nem pra chegar

Deixemos as vibrações puras

Como a leveza dos querubins

Enquanto um solve o outro coagula

Nada de clausura

Somos seres transmutados de seiva

Que as rosas floresçam de formosura

Nos nossos mansos caminhos espalhando pétalas

De amor aos peregrinos cansados da estrada

Nossas asas são asas em vôo sincronizado

De substâncias voláteis estéreis pairando

Sobre os mais devotos pensamentos da verdade

Não podemos nos trancar

Nosso destino pertence a amplidão que nos convida

A continuar na lida de doar-se como instrumentos do bem...

As verdadeiras almas sempre se conhecem

Jamais se esquecem

Não podemos perder a poesia da vida

A formosura da prosa

A essência desprendida da rosa...

O amor sublime é um cristal puro límpido e cristalino

Não devemos correr o risco da paixão

Que traz o risco de quebrá-lo

Nas chaves sagradas da vida

Há um segredo que jamais se pode esquecer

Dois se tornam um e um é absolutamente nada...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 14/10/2011
Reeditado em 14/10/2011
Código do texto: T3275403