Estradas da noite

A noite é dada ao crime

Escondido em suas sombras

Amparado pelo soturno breu

Disfarçado, imbuído dos impulsos seus

Hediondos, passionais

Sinceros, singelos, mortais...

Infratores, imorais, viscerais, insanos, carnais

Ensejando fatos que à luz se desfaz

A noite engole a paisagem

Antes ali fixada para a contemplação

A noite é a estrada dos sonhos

Cujas cores são pintadas pela imaginação

Livre da imposição do dia

Da ditadura da imagem

Das pressões que a fantasia

Faz ir além, nas viagens.