ll. CeGueiRa .ll
Ando cega
Tateando um universo
Disperso em mim...
Ando desgraçada
Pela tarefa pesada
De vencer tal maré...
Ando sem fé,
Com passos cambaios
Ouvindo canções antigas
Lendo palavras amigas
Daquelas que não têm valor...
Ando impune
Na escuridão imune
Que criei para viver.
Cerquei-me de 'amor',
Criei raízes escuras,
Negras escaras
E palavras cruas
Para prevalecer...
Finquei lanças no ar
Deixei a verdade escapar
E agora não posso me ver...
Fico cega a tecer
Tal poesia doente
Como se fosse um ente
Incorporado a escrever...
Ando triste e tão densa
Sem pretensão
E sem crença
Alguma a propagar...
Ando seca e sem vida
Pois a luz destemida
Achou por bem se apagar...