Papel em Branco
PAPEL EM BRANCO ( Poema em três atos )
Quem diria que o papel tem ouvidos
E entende tudo direitinho...
__Veja, amigo papel, sou como você!
Seu branco vazio me desafia; até parece saber
tudo o que meu coração quer vomitar.
Ele ouve... registra até mesmo o vazio de minha alma.
Seca as lágrimas mornas que sobre ele caem dos
Meus olhos mortos... mortos de saudade!
Em branco, uma frieza branca...
Sem cheiro, sem gosto, sem expressão.
Um branco sem sabor, assim como branca é a dor,
A dor do nada... Maldita espada, que estraçalha
Todo broto de amor...
O papel é a vida da solidão; tantas linhas juntas
Mas que jamais se encontrarão
é um estar juntas e ao mesmo tempo sós.
Solidão de multidão quem diria...
Que em uma multidão de toda linha, tenha...
... exista... uma pessoa sozinha.
Á meu papel em branco, meu amigo...ouve-me!!!