![](/usuarios/98495/fotos/653386.jpg)
Ao final da plantação malfeita
Resta a visão da ressequida colheita
A ossada em duro solo a muito custo se sustenta
De migalhas destinadas a corvos se alimenta
Urra aos sete ventos pedindo alento
Mas só há relento
Fica assim a pobre alma proletária
Em seu escuro recanto mui solitária
Sem mão que ampare seus fatídicos últimos dias
Sem risos que entornem em seus olhos umas poucas alegrias
Há de nascer e renascer
Novos plantios bem fazer
Tantas outras vidas...
A redimir o espírito das muitas tramadas desditas
De infantes atos a alma apartar
Novos caminhos trilhar
Aos que choram ora em razão de seus atos
Haverá farto e alegre banquete sem revezes
Enquanto que tu que em matéria morta se refaz
Da sentença dada aos corvos partilharás
Abastar-se das pútridas fezes...