Ao final da plantação malfeita
Resta a visão da ressequida colheita

A ossada em duro solo a muito custo se sustenta
De  migalhas destinadas a corvos se alimenta
Urra aos sete ventos pedindo alento
Mas só há relento

Fica assim a pobre alma proletária
Em seu escuro recanto mui solitária
Sem mão que ampare seus fatídicos últimos dias
Sem risos que entornem em seus olhos umas poucas alegrias

Há de nascer e renascer
Novos plantios bem fazer
Tantas outras vidas...
A redimir o espírito das muitas tramadas desditas
De infantes atos  a alma apartar
Novos caminhos trilhar

Aos que choram ora em razão de seus atos
Haverá farto e alegre banquete sem revezes

Enquanto que tu que em matéria morta se refaz
Da sentença dada aos corvos partilharás

Abastar-se das  pútridas fezes...



Adah
Enviado por Adah em 07/10/2011
Reeditado em 09/10/2011
Código do texto: T3263407
Classificação de conteúdo: seguro