Quando a morte é antevista, a parceira dos dias,
E, que a ela é dada, a dura serventia;
De fustigar ao vivo, todos os dias!
O sábio aguarda, sem rebeldia,
O dia em que sua consorte mais fiel,
Lhe firme, com precisão e leveza a dorida parceria.
E encerre a cruel dicotomia:
Morte e vida parceiras da mesma vigília!
Mas, qual outra certeza, senão:
A sabedoria é delírio para a comum biografia!
O lugar de aguardo do desventurado
É de pesadelos e solidão.
Jaz morto, bem antes que deixe o abismo rotundo,
Sua mente esta lá; nos preparos finais,
Onde ele cerrou com catártico lacre
As certezas que na vida teve.
Dele ninguém sabe... Que dele nada se diga...
Ele grita para si mesmo!
E se irrita por não ser ouvido.
Ele agora morto, sabe:
A morte é uma estação,
Onde se embarca em régias vidas,
E não em tola ilusão.
Seus solenes gritos por piedade,
Ecoam no deserto das suas aflições.
Roga por um gênio com tenazes que lhe erga
Das sombras de sua pequenez
E lhe encaminhe as claridades,
Onde por fim, ele se de valia
sem as defesas, sem as miudezas,
Que lhe deram guia
Desde o nascer até o findar da ultima serventia.