Paganus
Decidi que me tornaria um falcão
Para ao som das harpas viajar,
Flautas ouvir a dançar pelo chão;
Fértil primavera, sacra chama a crepitar.
O brilho de Bealtaine me guiará
Ao banquete - pelo ar que desliza
A vida aos meus filhos chegará
Do céu que já fora cinza.
Na terra de meu lar pousarei;
De lá os hipócritas vou expulsar,
Corvos adoradores de um só rei
Que meus primevos senhores tenta suplantar.
Ilha dos homens, flamejante e aquecida
Abraçada pelo mar de águas vivazes
Em celebração pelas matas. A fenecida,
Silenciosa noite vibra com cânticos vorazes.
O fogo se ergue pelo ar
Ilumina as águas, toca as estrelas
Daqueles que por ele querem dançar
Dos filhos de Cernunos, sou falcão
Mais um dentre as fiéis sentinelas
A festejar quem precede o verão.