Paganus

Decidi que me tornaria um falcão

Para ao som das harpas viajar,

Flautas ouvir a dançar pelo chão;

Fértil primavera, sacra chama a crepitar.

O brilho de Bealtaine me guiará

Ao banquete - pelo ar que desliza

A vida aos meus filhos chegará

Do céu que já fora cinza.

Na terra de meu lar pousarei;

De lá os hipócritas vou expulsar,

Corvos adoradores de um só rei

Que meus primevos senhores tenta suplantar.

Ilha dos homens, flamejante e aquecida

Abraçada pelo mar de águas vivazes

Em celebração pelas matas. A fenecida,

Silenciosa noite vibra com cânticos vorazes.

O fogo se ergue pelo ar

Ilumina as águas, toca as estrelas

Daqueles que por ele querem dançar

Dos filhos de Cernunos, sou falcão

Mais um dentre as fiéis sentinelas

A festejar quem precede o verão.

Lucas Ghisolfi
Enviado por Lucas Ghisolfi em 28/09/2011
Código do texto: T3245440
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